O ano acabou de
começar (o Carnaval foi há pouco e muita gente diz que o ano apenas começa no
Brasil após o Carnaval) e, com isso, muitas pessoas começam a planejar seus
investimentos financeiros para os próximos doze meses.
Dois investimentos
grandes que a maioria das pessoas vai fazer ao longo da vida são: comprar um
carro e comprar um apartamento ou uma casa. Sem dúvida, são investimentos
essenciais na vida das pessoas, além, é claro, de ser um sonho para a maioria
delas. Contudo, ambos requerem muito planejamento, afinal, ninguém quer passar
de cinco a trinta anos dizendo “Não posso me divertir porque tenho que pagar a
parcela do carro/apartamento”.
Não é preciso ser
especialista em finanças para saber que imóvel é investimento e carro é
despesa! Um carro, por mais que você o compre 0 km, começa a se desvalorizar no
momento em que ele sai da loja. Prova disso é o famoso “preço de tabela”.
Compre um carro 0 km de modelo X em 2015 e verifique o preço do mesmo na tabela
em 2017. É fácil perceber que você nunca vai conseguir vender esse carro pelo
mesmo preço que você o comprou.
Um imóvel, por outro
lado, tende, considerando o que se tem visto no cenário econômico brasileiro
nos últimos anos, a se valorizar com o passar dos anos. Não sou da área de
economia, mas creio que isso acontece porque as pessoas, ao adquirirem um
imóvel novo, fazem melhorias no mesmo e, além disso, muitas áreas estão se
tornando mais populosas rapidamente, o que gera um déficit habitacional. Com
isso, muita gente aproveita para lucrar com a situação.
Com isso, percebe-se
que comprar um imóvel é um bom negócio. Neste texto, não vamos analisar se é
melhor comprar uma casa ou apartamento e também não vamos estudar a fundo a
questão da forma de pagamento, mas vamos levantar alguns aspectos que devem ser
levados em consideração ao se pesquisar por apartamentos.
Apartamentos em Rotterdam, Países Baixos, em 19/12/2014. |
Isso vai depender de
quanto dinheiro você dispõe. Quem tem dinheiro para pagar à vista, consegue
descontos maiores, afinal, qual vendedor não vai se sentir tentado ao ouvir “Se
você abater R$ 5000,00, te dou o valor toda a vista”.
Contudo, essa não é a
realidade da maioria dos brasileiros. Se você pretende financiar seu
apartamento, lembre-se que será uma dívida que vai te assombrar (sim, essa é a
palavra, por mais que ter a casa própria seja um sonho) por muitos ANOS. Não
são dias, nem semanas, muito menos meses. São ANOS. Em anos, as pessoas
concluem o ensino médio, a faculdade, a pós-graduação, começam um namoro,
terminam um namoro, trocam de parceiro, ficam noivas, casam, têm filhos, perdem
familiares, conseguem empregos, mudam de cargo, ficam desempregadas etc. Muita
coisa acontece num mês; imagine num ano! E quem dirá em anoS!
Tendo considerado
isso e, ainda sim, decidindo financiar um apartamento, prepare-se para poupar o
máximo possível antes de fazer o financiamento. Quanto maior o valor que você
tiver poupado, maior pode ser a entrada que você dará no apartamento e,
consequentemente, para a sua alegria, menor será o valor da mensalidade a pagar
durante o financiamento.
Novamente digo, não
sou especialista na área, mas creio que independentemente do valor do
apartamento, R$ 50.000,00 é um bom valor de entrada; daí para mais.
Todavia, não basta
ter um bom valor em caixa para a entrada; se seu financiamento inclui as
malvadas “taxas intermediárias” é bom não dar tudo que você possui na entrada.
Imagine que você dá R$ 50.000,00 de entrada e faz um financiamento com parcelas
de R$ 700,00. A principio, parece que as despesas vão caber no seu bolso, mas
se você tem que dar parcelas intermediárias de R$ 5.000,00 a cada dois anos, é
bom pensar “Como vou juntar R$ 5.000,00 num período de 24 meses (dois anos), se
pago R$ 700,00 por mês nas parcelas?”
Cuidado também com o
financiamento de imóveis na planta. Não sei qual é a prática atual, mas pode
ser que você, inicialmente, financie o imóvel diretamente com a construtora e
vá pagando a ela as parcelas até o imóvel ficar pronto. Depois que ele fica
pronto, o resto do financiamento você paga diretamente para o banco.
Repito, não sou
especialista em economia, mas creio que as construtoras tem pressa em vender os
apartamentos para poder construir o prédio logo, entregar e, como diz o povo
“partir para outra”. Partindo disso, a lógica é que a construtora facilite as
coisas para o comprador. Já o banco, tende a querer prender o cliente, te
enrolar cada vez mais para você depender dele cada vez mais. Juros altos, que
você não consegue pagar e, com isso, faz um empréstimo no próprio banco... e
por aí vai. Além disso, há corretores que não explicam que o valor das parcelas
será reajustado anualmente, mesmo enquanto você está pagando direto para a
construtora, devido a índices variáveis.
Bem, este texto é
apenas o primeiro sobre comprar apartamentos. Como o assunto é extenso,
pretendo desenvolvê-lo em mais de um texto. Se você quer ler mais sobre o
assunto, principalmente sobre os aspectos do condomínio, leia meu segundo texto sobre o assunto, disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2015/08/comprando-um-apartamento-aspectos-do.html#links.
Por fim, você já passou por alguma situação referente à compra de um apartamento e tem alguma dica para os leitores deste blog? Já teve alguma problema e gostaria de alertar outras pessoas para não sofrerem da mesma forma que você? Conte para nós!
Por fim, você já passou por alguma situação referente à compra de um apartamento e tem alguma dica para os leitores deste blog? Já teve alguma problema e gostaria de alertar outras pessoas para não sofrerem da mesma forma que você? Conte para nós!
Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em
Letras (Português/Inglês)