O terceiro volume de Entornos e Contornos, da Editora CNA,
teve como tema principal Desafios
contemporâneos em contextos de ensino e aprendizagem.
O livro contém dezoito
artigos científicos escritos por funcionários da rede CNA e também por outros
pesquisadores não pertencentes à rede. Esses artigos estão divididos em quatro
sub temas, sendo o primeiro Novas Tecnologias
Educacionais e Educação a Distância.
Esse tema foi
abordado em três artigos: Educação a
distância: o impacto da virtualidade no ensino presencial, de Anna Maria
Grammativo Carmagnani; E-learning e
tecnnologia educacional para todos, de Alberto de Paula Machado Filho e,
por fim, Treinamentos e TV Corporativa
como instrumentos de informação e formação, de Yamara Medeiros Ortigoza
Assis.
O primeiro artigo, já
em seu início, cita as duas posições que outros autores, e a população em
geral, possuem acerca da cibercultura: ela pode ser instrumento de aproximação
entre os homens ou de destruição de valores morais e éticos.
Partindo dessa
reflexão, a autora também forma o raciocínio de que as características de
determinado meio digital, ou seja, o suporte, deve alterar a forma como o
conteúdo é exibido. Por exemplo, a forma como esse blog é exibido num
computador com Windows 7 não é a mesma forma como ele é exibido num tablet com Android.
Outro ponto
importante mencionado pela autora é que os usuários das comunidades virtuais
nelas se relacionam por meio de identidades falsas, ou seja, exibem um eu virtual
diferente do eu que vive na realidade, exibem um eu talvez até mais confiante
para se expressar. Contudo, ela mesma afirma que as comunidades virtuais não
são um universo totalmente falso; elas se articulam em outro plano da
realidade, como se fossem uma outra realidade, regida por suas próprias regras.
Uma das citações de
outros autores feitas nesse artigo que mais chama a atenção é “tecnologia sem
pessoas habilitadas para usá-la não leva a lugar nenhum”, de R. Tori. Isso é
comprovado no dia a dia, como é possível constatar na relação das crianças e
pré-adolescentes frente ao computador. Elas dominam as ferramentas disponíveis
nas diversas redes sociais e, dessa forma, conseguem interagir virtualmente com
os colegas; todavia, apesar de dominar tantas ferramentas, muitas crianças e
pré-adolescentes são incapazes de usar um programa de edição de texto ou de
preparar uma apresentação de slides, embora haja programas específicos para
isso no próprio computador de onde elas acessam as comunidades virtuais.
Já Alberto de Paula
Machado Filho, autor do segundo artigo, traz à luz outro ponto interessante
sobre as comunidades virtuais. Com base nas reflexões de outro autor ele afirma
que para que o usuário permaneça competitivo no mundo digital, ele precisa alimentar
o fluxo de informação. Isso lembra o ditado popular “Quem não é visto não é
lembrando”. É necessário sempre postar algo nas redes sociais ou enviar
e-mails, do contrário, seus contatos se esquecerão de sua existência.
Ao abordar os receios
que muitas pessoas têm de que o e-learning
possa eliminar a figura do professor, o autor lembra que a TV não foi capaz de
substituir o rádio; ambos os meios coexistem de forma harmoniosa e cada um
atende ao fim ao qual se presta.
Além disso, o autor
mostra dados do psicólogo Glasser sobre como as pessoas aprendem. Esses dados deixam
claro que a mera exposição do indivíduo ao conteúdo não significa que ele o
aprendeu; é necessário que ele interaja com o conteúdo, que o use para algo.
Nesse ponto, o artigo faz uma ponte com o primeiro artigo: não basta que exista
tecnologia, é necessário que as pessoas estejam preparadas para utilizá-la.
Quando a pessoa se vê exposta a tanto conteúdo, ela acaba por não saber o que
fazer com o mesmo e, por fim, não absorve informação alguma.
For fim, o terceiro e
último artigo referente ao tema aborda como a TV pode ser melhor utilizada
dentro das empresas, não somente para treinar seus funcionários, mas também
para levar ao cliente que está dentro da empresa informação sobre produtos que possam
lhe interessar.
Como no segundo
artigo ficou claro que a TV não substituiu o rádio, no terceiro artigo,
percebe-se que embora o computador possa desempenhar mais funções do que a televisão,
essa ainda domina a maior parte dos espaços sociais e, por isso, precisa ter
seu potencial otimizado.
Recomenda-se a
leitura desses três artigos àqueles interessados na relação entre tecnologia e
educação, sejam essas pessoas administradores de unidades de ensino ou mesmo
professores que buscam exercer um ensino mais condizente com a realidade tecnológica
em que se vive hoje.
Se
esse artigo lhe chamou a atenção, leia também o texto Desafios para Formação e Atuação do Professor de Língua Estrangeira,
que é o segundo eixo temático do mesmo livro, disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/03/desafios-para-formacao-e-atuacao-do.html#links, o texto Questões
Afetivas e Cognitivas Dentro e Além da Sala de Aula, que é o terceiro eixo temático do mesmo volume,
disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/03/questoes-afetivas-e-cognitivas-dentro-e.html#links e o texto Reflexões e Práticas Pedagógicas no Ensino de Língua
Estrangeira, disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/03/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_23.html#links, que é texto referente ao quarto eixo temático do livro.
Referências bibliográficas
CARÁ JÚNIOR, Jaime; SILVA,
Sérgio Luis Monteiro da. (org.) Entornos
e Contornos: desafios contemporâneos em contextos de ensino e aprendizagem.
Volume 3. São Paulo, Editora CNA, 2010, p. 3-48.
Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em
Letras (Português/Inglês)