Praticamente todos
vão precisar, em algum momento da vida, elaborar um currículo, seja para
conseguir o primeiro emprego, seja para conseguir uma nova colocação no mercado
de trabalho após perder o emprego (se você está nessa situação, leia o texto
disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/03/estou-desempregado-e-agora.html#links)
ou, ainda, seja por querer uma colocação melhor.
Embora escrever um
currículo seja uma prática comum do cotidiano, isso ainda gera muitas dúvidas
da hora do “vamos ver”.
O currículo é um
texto como qualquer outro, por isso, tem uma característica dos textos: quem
escreve o faz tendo em vista um determinado leitor e tendo em vista causar algo
nesse leitor. Se você se der conta disso, sem dúvida, vai conseguir escrever um
currículo adequado!
Ao escrever um currículo,
tenha em mente que seu leitor é aquela pessoa que vai te contratar, logo, você
precisa despertar nela o desejo de lhe conhecer pessoalmente, ou seja,
despertar nela o desejo de lhe chamar para uma entrevista. Paralelamente a
isso, você precisa despertar no leitor a seguinte ideia: “É esse profissional
que eu preciso”.
Contudo, para que
isso aconteça, você precisa dar a informação necessária e na medida certa. É aí
que muita gente perde pontos na análise de quem recebe os currículos.
Veja abaixo os
tópicos necessários em um currículo:
Nome – é
a primeira coisa que precisar estar escrita no topo da folha. Não precisa
colocar, no topo da folha “Currículo”. Coloque o seu nome, com letra num
tamanho maior que o resto do texto, assim, quem analisa o texto vai se lembrar
mais facilmente de você. Escreva seu nome sem abreviações. Ter vergonha de seu
sobrenome dá ideia de alguém complexado e essa imagem não reflete um
profissional de sucesso. Com relação a questão do nome, é bom você zelar pela
imagem de seus perfis nas redes sociais. Com seu nome no currículo, a empresa
pode querer saber um pouco mais de quem é você lá fora.
Contato –
essa informação deve vir logo abaixo do seu nome, para facilitar para quem
analisa o currículo entrar em contato com você. Coloque seu endereço real,
porque a empresa procura avaliar o quão longe você mora no intuito de calcular
o valor do transporte e quanto tempo você vai levar para chegar lá. Coloque o
seu número de celular e o residencial e avise quem mora com você sobre o fato
de que você está aguardando ligações a respeito de entrevistas de trabalho, do
contrário, quem mora com você pode tratar a pessoa que vai te ligar como se
fosse mais um funcionário de telemarketing ligando para te oferecer produtos. Cuidado
com o endereço de e-mail que você vai colocar. Para mais esclarecimentos sobre
endereços de e-mail, leia o texto disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/05/utilizando-e-mails-corretamente.html#links.
Objetivo –
coloque a função que você deseja desempenhar. Para que você possa colocar um
objetivo certeiro, é importante que você conheça a empresa e saiba o que ela
tem a lhe oferecer. Do contrário, você vai colocar um objetivo que não pode ser
alcançado naquela empresa e o analista de recursos humanos nem vai se dar ao trabalho
de ler seu currículo até o final, por mais que você tenha a formação e a
experiência necessária para desempenhar alguma função lá dentro.
Formação –
nesse espaço, você vai colocar o que você já estudou na vida e é relevante para
a função. É importante que você tenha em mente aquilo que foi mencionado nos
terceiro e quarto parágrafos desse texto, senão, você vai mencionar cursos que
não são relacionados a função que você quer desempenha e isso vai deixar o
analista bastante estressado por estar perdendo tempo em ler esse tipo de
informação. Mencione os cursos em ordem cronológica, do mais recente ao mais
antigo. Cite os cursos nessa ordem: nome do curso, nome da instituição, cidade,
ano de conclusão. Caso ainda esteja cursando, substitua o ano de conclusão por:
Previsão de conclusão (ano X). No caso de cursos que não sejam universitários
ou de idiomas, é interessante citar, após o ano de conclusão, a carga horária.
Não cite notas e número de faltas, porque essa informação não é relevante.
Experiência
profissional – essa é a parte do seu currículo que mais interessa ao analista
de recursos humanos, mas não é por isso que você precisa exagerar. Lembre-se,
para esse tópico do currículo, vale a mesma regra da “formação”: escreva
somente o relevante para a função. Você pode ter desenvolvido o programa de
última geração para computadores, mas se você quer uma vaga de professor de
inglês, por exemplo, de nada vale essa experiência (por mais que isso te
desaponte). Cite sua experiência profissional em ordem cronológica, da mais
recente para a mais antiga. A ordem da informação é essa:
De mês/ano a mês/ano – função, nome da empresa, cidade.
Descrição das atividades desempenhadas
É muito importante
que você cite o período em que você trabalhou na empresa, assim, o analista
consegue traçar melhor seu perfil e também pode relacionar o período em que
você trabalhou lá à mudanças que ocorriam no mercado naquela época, o que pode
agregar valor a função que você desempenhou naquela empresa.
Apenas descreva as
atribuições das funções que você desempenhou em seus empregos anteriores se
elas forem relacionadas à vaga que você está pleiteando. Por exemplo, se você
tem experiência como secretária, mas está escrevendo um currículo para uma vaga
de caixa de supermercado, em pouco te ajuda descrever sua experiência como
secretária. Lembre-se que um currículo muito elaborado pode afastar a
possibilidade de você ser chamado para a entrevista, porque você dará a
impressão de ser um candidato muito qualificado para o porte da empresa. Por
mais que você realmente queira trabalhar na empresa, o analista entende que
você deixará a empresa na primeira oportunidade melhor que surgir, o que gerará
problemas para empresa.
Outras informações –
nesse espaço, você pode citar outras informações que você julga serem um
diferencial e que possam interessar à empresa para onde você está enviando o
currículo, como hobbies, trabalhos voluntários, site pessoal e informações como
estado civil e idade.
Alguns pontos polêmicos
Estado civil –
alguns especialistas em recrutamento e seleção não recomendam citar o estado
civil porque isso não agrega informação ao seu currículo. Pessoalmente, acho
que o estado civil pode trabalhar a seu favor ou contra você. Olhando pelo lado
positivo, se você for casado, pode passar a ideia de alguém mais responsável;
se for solteiro, pode dar a ideia de alguém mais disponível. Olhando pelo lado
negativo, se você for casado, pode ter problemas para viajar a trabalho, fazer
hora extra, trabalhar aos finais de semana e se mudar de cidade; se você for
solteiro, pode gerar preocupações quanto à pontualidade nas segundas-feiras
pela manhã e quanto à realização de tarefas e a própria conduta dentro do
ambiente de trabalho. Preocupações parecidas podem ser geradas pela questão de
citar ou não que tem filhos. Sendo assim, fica a seu critério citar essas
informações ou não.
Idade – é
opcional. Assim como o estado civil, ela pode trabalhar a seu favor ou contra
você. Caso você tenha começado a trabalhar na área cedo e tenha ingressado na
faculdade logo após terminar o ensino médio, cite sua idade, porque você vai
passar a ideia de alguém que sabe aonde quer chegar e não fica enrolando na
vida. Caso você já tenha certa idade e não tenha muito a citar no currículo com
relação à formação e experiência, não cite a idade. É melhor deixar o analista
com vontade de te conhecer pessoalmente na entrevista.
Foto –
apenas coloque foto se o meio pelo qual você ficou sabendo da vaga solicitar
foto. Do contrário, colocar uma foto gera a impressão de que você é uma pessoa
que acha que a sua imagem vale mais que sua formação e experiência, o que não
funciona para a maioria dos empregos.
Pretensão salarial –
assim como a foto, apenas cite o quanto você deseja ganhar se isso for
solicitado para o processo de seleção. Citar a pretensão salarial sem
necessidade pode fazer com que a empresa nem te chame para uma entrevista, já
que você deseja ganhar mais do que a empresa pode, num primeiro momento, te
oferecer. Em outras situações, você cita um salário abaixo do que a empresa
pode te oferecer e ela acaba se beneficiando disso: paga uma salário mais
baixo, sendo que tem condições de te pagar mais. Por isso, é sempre melhor
negociar o salário pessoalmente.
Finalmente,
se você sabe de algum outro ponto acerca de currículos que pode gerar confusão,
deixe nos comentários, assim, poderemos incluir nesse texto se julgarmos
pertinente. Lembre-se que para cada empresa, é necessário enviar um currículo
diferente, pois seu leitor muda. Boa sorte!
Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês).