quinta-feira, 24 de julho de 2014

Aspectos importantes de um currículo



Praticamente todos vão precisar, em algum momento da vida, elaborar um currículo, seja para conseguir o primeiro emprego, seja para conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho após perder o emprego (se você está nessa situação, leia o texto disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/03/estou-desempregado-e-agora.html#links) ou, ainda, seja por querer uma colocação melhor.

Embora escrever um currículo seja uma prática comum do cotidiano, isso ainda gera muitas dúvidas da hora do “vamos ver”.

O currículo é um texto como qualquer outro, por isso, tem uma característica dos textos: quem escreve o faz tendo em vista um determinado leitor e tendo em vista causar algo nesse leitor. Se você se der conta disso, sem dúvida, vai conseguir escrever um currículo adequado!

Ao escrever um currículo, tenha em mente que seu leitor é aquela pessoa que vai te contratar, logo, você precisa despertar nela o desejo de lhe conhecer pessoalmente, ou seja, despertar nela o desejo de lhe chamar para uma entrevista. Paralelamente a isso, você precisa despertar no leitor a seguinte ideia: “É esse profissional que eu preciso”.

Contudo, para que isso aconteça, você precisa dar a informação necessária e na medida certa. É aí que muita gente perde pontos na análise de quem recebe os currículos.

Veja abaixo os tópicos necessários em um currículo:

Nome – é a primeira coisa que precisar estar escrita no topo da folha. Não precisa colocar, no topo da folha “Currículo”. Coloque o seu nome, com letra num tamanho maior que o resto do texto, assim, quem analisa o texto vai se lembrar mais facilmente de você. Escreva seu nome sem abreviações. Ter vergonha de seu sobrenome dá ideia de alguém complexado e essa imagem não reflete um profissional de sucesso. Com relação a questão do nome, é bom você zelar pela imagem de seus perfis nas redes sociais. Com seu nome no currículo, a empresa pode querer saber um pouco mais de quem é você lá fora.

Contato – essa informação deve vir logo abaixo do seu nome, para facilitar para quem analisa o currículo entrar em contato com você. Coloque seu endereço real, porque a empresa procura avaliar o quão longe você mora no intuito de calcular o valor do transporte e quanto tempo você vai levar para chegar lá. Coloque o seu número de celular e o residencial e avise quem mora com você sobre o fato de que você está aguardando ligações a respeito de entrevistas de trabalho, do contrário, quem mora com você pode tratar a pessoa que vai te ligar como se fosse mais um funcionário de telemarketing ligando para te oferecer produtos. Cuidado com o endereço de e-mail que você vai colocar. Para mais esclarecimentos sobre endereços de e-mail, leia o texto disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/05/utilizando-e-mails-corretamente.html#links.

Objetivo – coloque a função que você deseja desempenhar. Para que você possa colocar um objetivo certeiro, é importante que você conheça a empresa e saiba o que ela tem a lhe oferecer. Do contrário, você vai colocar um objetivo que não pode ser alcançado naquela empresa e o analista de recursos humanos nem vai se dar ao trabalho de ler seu currículo até o final, por mais que você tenha a formação e a experiência necessária para desempenhar alguma função lá dentro.

Formação – nesse espaço, você vai colocar o que você já estudou na vida e é relevante para a função. É importante que você tenha em mente aquilo que foi mencionado nos terceiro e quarto parágrafos desse texto, senão, você vai mencionar cursos que não são relacionados a função que você quer desempenha e isso vai deixar o analista bastante estressado por estar perdendo tempo em ler esse tipo de informação. Mencione os cursos em ordem cronológica, do mais recente ao mais antigo. Cite os cursos nessa ordem: nome do curso, nome da instituição, cidade, ano de conclusão. Caso ainda esteja cursando, substitua o ano de conclusão por: Previsão de conclusão (ano X). No caso de cursos que não sejam universitários ou de idiomas, é interessante citar, após o ano de conclusão, a carga horária. Não cite notas e número de faltas, porque essa informação não é relevante.

Experiência profissional – essa é a parte do seu currículo que mais interessa ao analista de recursos humanos, mas não é por isso que você precisa exagerar. Lembre-se, para esse tópico do currículo, vale a mesma regra da “formação”: escreva somente o relevante para a função. Você pode ter desenvolvido o programa de última geração para computadores, mas se você quer uma vaga de professor de inglês, por exemplo, de nada vale essa experiência (por mais que isso te desaponte). Cite sua experiência profissional em ordem cronológica, da mais recente para a mais antiga. A ordem da informação é essa:

De mês/ano a mês/ano – função, nome da empresa, cidade.

Descrição das atividades desempenhadas

É muito importante que você cite o período em que você trabalhou na empresa, assim, o analista consegue traçar melhor seu perfil e também pode relacionar o período em que você trabalhou lá à mudanças que ocorriam no mercado naquela época, o que pode agregar valor a função que você desempenhou naquela empresa.

Apenas descreva as atribuições das funções que você desempenhou em seus empregos anteriores se elas forem relacionadas à vaga que você está pleiteando. Por exemplo, se você tem experiência como secretária, mas está escrevendo um currículo para uma vaga de caixa de supermercado, em pouco te ajuda descrever sua experiência como secretária. Lembre-se que um currículo muito elaborado pode afastar a possibilidade de você ser chamado para a entrevista, porque você dará a impressão de ser um candidato muito qualificado para o porte da empresa. Por mais que você realmente queira trabalhar na empresa, o analista entende que você deixará a empresa na primeira oportunidade melhor que surgir, o que gerará problemas para empresa.

Outras informações – nesse espaço, você pode citar outras informações que você julga serem um diferencial e que possam interessar à empresa para onde você está enviando o currículo, como hobbies, trabalhos voluntários, site pessoal e informações como estado civil e idade.



Alguns pontos polêmicos



Estado civil – alguns especialistas em recrutamento e seleção não recomendam citar o estado civil porque isso não agrega informação ao seu currículo. Pessoalmente, acho que o estado civil pode trabalhar a seu favor ou contra você. Olhando pelo lado positivo, se você for casado, pode passar a ideia de alguém mais responsável; se for solteiro, pode dar a ideia de alguém mais disponível. Olhando pelo lado negativo, se você for casado, pode ter problemas para viajar a trabalho, fazer hora extra, trabalhar aos finais de semana e se mudar de cidade; se você for solteiro, pode gerar preocupações quanto à pontualidade nas segundas-feiras pela manhã e quanto à realização de tarefas e a própria conduta dentro do ambiente de trabalho. Preocupações parecidas podem ser geradas pela questão de citar ou não que tem filhos. Sendo assim, fica a seu critério citar essas informações ou não.

Idade – é opcional. Assim como o estado civil, ela pode trabalhar a seu favor ou contra você. Caso você tenha começado a trabalhar na área cedo e tenha ingressado na faculdade logo após terminar o ensino médio, cite sua idade, porque você vai passar a ideia de alguém que sabe aonde quer chegar e não fica enrolando na vida. Caso você já tenha certa idade e não tenha muito a citar no currículo com relação à formação e experiência, não cite a idade. É melhor deixar o analista com vontade de te conhecer pessoalmente na entrevista.

Foto – apenas coloque foto se o meio pelo qual você ficou sabendo da vaga solicitar foto. Do contrário, colocar uma foto gera a impressão de que você é uma pessoa que acha que a sua imagem vale mais que sua formação e experiência, o que não funciona para a maioria dos empregos.

Pretensão salarial – assim como a foto, apenas cite o quanto você deseja ganhar se isso for solicitado para o processo de seleção. Citar a pretensão salarial sem necessidade pode fazer com que a empresa nem te chame para uma entrevista, já que você deseja ganhar mais do que a empresa pode, num primeiro momento, te oferecer. Em outras situações, você cita um salário abaixo do que a empresa pode te oferecer e ela acaba se beneficiando disso: paga uma salário mais baixo, sendo que tem condições de te pagar mais. Por isso, é sempre melhor negociar o salário pessoalmente.



            Finalmente, se você sabe de algum outro ponto acerca de currículos que pode gerar confusão, deixe nos comentários, assim, poderemos incluir nesse texto se julgarmos pertinente. Lembre-se que para cada empresa, é necessário enviar um currículo diferente, pois seu leitor muda. Boa sorte!

Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês).






quinta-feira, 3 de julho de 2014

Retrado de uma Copa no Brasil



“Não vai ter Copa”. Isso é que muitas pessoas postavam nas redes sociais duas a três semanas antes da Copa do Mundo começar.

Contrariando essa corrente de pensamento, hoje, 03/07/2014, já podemos dizer que “Sim. Teve Copa” (se bem que num bom português, aquele que segue a norma culta, diríamos “Sim. Houve Copa.”).

As oitavas de final se encerraram há pouco. Amanhã se iniciam as quartas.

Uma semana antes da Copa do Mundo se iniciar, a cidade de São Paulo/SP teve problemas com greve dos funcionários do transporte público. Muito me impressionou a calma com que o governo lidou com tal situação às vésperas de mundial que tem dado muito que falar no que diz respeito à estrutura do Brasil para sediá-lo.

A Copa começou e o povo brasileiro percebeu que a Copa do Mundo não é tão do mundo assim. Ela é mais da FIFA do que do mundo, o que faz todo sentido, afinal, é a FIFA que a promove. Há quem, aparentemente, encare o evento como uma ação a nível global da ONU...

A decepção de muitos brasileiros foi a cerimônia de abertura. Esperavam uma apresentação padrão da abertura das Olimpíadas, mas mal sabiam que a única coisa que deveriam esperar era uma apresentação padrão FIFA (afinal, há um certo script a ser seguido na abertura da Copa do Mundo). O que muito se questionou foi a grandeza, ou melhor, a falta de grandeza, de uma abertura de mundial feita por um país que faz imensos desfiles de Carnaval, por vezes, com poucos recursos.

Paralelamente à abertura da Copa, os brasileiros tirando fotos com os estrangeiros pintados da cor de seus países virou notícia. Nada muito extraordinário na era do selfie.

Seguindo essa linha de bom relacionamento com os turistas estrangeiros, a população buscou acolher as seleções assim que elas chegavam ao Brasil.

Na fase de grupos, a população buscava ligar toda TV por perto para acompanhar pelo menos o placar dos jogos. Houve gente assistindo a, praticamente, todos os jogos.

Colocar bandeiras do Brasil no carro virou febre. Os camelôs equiparam suas bancas com artigos verdes e amarelos. Todo mundo passou a querer comprar uma camiseta da seleção brasileira.

Depois, começaram os comentários quanto às vaias para a presidente da República e para a FIFA ocorridas na abertura do mundial. O assunto virou até tema de pergunta de instituto de pesquisa, figurando lado a lado com as perguntas relacionadas às intenções de voto nas eleições que irão acontecer no país do futebol em outubro.

O povo brasileiro de repente virou patriota ao ver os torcedores que estavam presente no estádio no jogo de abertura da Copa continuarem a cantar o hino nacional mesmo após o término da execução da versão condensada.

Logo começaram os comentários na mídia sobre a falta de comida nos estádios...

E a vida das pessoas que não moram em cidades-sede ou que não moram em cidades que hospedaram seleções? Continuou a mesma coisa! A única coisa extraordinária foi a parada das empresas e escolas nos dias de jogo do Brasil. Só!

Oitavas de final... passou aquele sentimento de pertença à algo maior que si, de conexão com todos os membros da nação. Assistir a todos os jogos na TV deixou de ser tão importante. Completar a tabelinha da Copa então... Onde será que ela foi guardada?

O goleiro da seleção brasileiras, antes condenado, foi até visto como salvador por ter defendido os pênaltis nas oitavas. O resto do time, no entanto, parece não estar com a credibilidade tão alta.

Amanhã começam as quartas de final.  O que será que ainda está por vir nessa Copa? Qual será a próxima página da história da Copa do Mundo 2014 no Brasil?

Deixe seus palpites nos comentários.

Se você tem interesse em saber o que os brasileros estavam pensando antes da Copa 2014 se iniciar, leia o texto Retrato de um Brasil pré-Copa 2014,  escrito em  escrito 27/03/2014, disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/03/retrato-de-um-brasil-pre-copa-2014.html#links.



Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)