quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Uma mensagem para meus professores



A maioria dos textos que escrevo neste blog nasce de ideias que tenho, passo algum tempo pensando sobre elas e, um belo dia, resolvo colocá-las em forma de texto.
No entanto, pensando hoje ao longo do dia sobre vários aspectos da nossa profissão – professores – em decorrência do Dia dos Professores (hoje, 15 de outubro) decidi, ao final do dia, escrever esse texto e dedica-lo aos meus professores, pessoas que merecem muito o meu respeito.
A cada pessoa, Deus deu um presente valiosíssimo e que cada um pode usar da forma como melhor entender: o tempo. Uns ganham mais anos do que outros, mas todos são senhores do seu tempo.
Há uma parcela das pessoas que decide, espontaneamente em geral, a empregar seu tempo em favor dos outros. E dentro dessa parcela encontram-se os professores. Contudo, um professor não dedica um pouquinho do seu tempo aos outros, ele praticamente vive em função dos outros. A vida pessoal do professor é vivida entre o espaço de tempo que sobra entre as preparações diárias de aula/exercícios/provas, correções de tarefas/provas/trabalhos, reuniões de professores/pais/equipe escolar, deslocamento entre uma escola e outra ou ir e voltar da mesma escola mais de uma vez ao dia, lançamento de matéria/notas/ocorrências no sistema da escola, envolvimento em atividades extraclasse da escola, conversas individuais com aquele aluno que precisa de motivação... sem contar o acompanhamento individual dos alunos que a tecnologia hoje nos impõe com as novas ferramentas de comunicação.
Dá para perceber que o dia de um professor é bem corrido e, por isso, o tempo desses profissionais se torna ainda mais valioso, tão valioso que ele deveria ter a hora mais cara dentre as profissões!
Pensando nessa relação entre o professor e o tempo, quero hoje agradecer meus professores pelo bom uso que fizeram de seu tempo e do meu tempo. Sim, do SEU e do MEU tempo. Todo tempo que um professor emprega preparando uma aula, um exercício, uma prova, um projeto ou corrigindo tudo isso, estudando/lendo/fazendo um curso de aperfeiçoamento, se reunindo com outros professores para planejar eventos ou projetos pedagógicos... todo esse tempo que um professor doa da própria vida para o outro, um aluno desconhecido, faz o tempo do aluno ser bem empregado!
Como é gostoso participar de uma aula bem preparada! Uma aula na qual você percebe que o professor domina o assunto que está abordando e que pensou em cada etapa da aula meticulosamente para me levar (eu, aluno) a chegar a determinada conclusão!
Como é bom fazer um exercício bem preparado! Digitado seguindo a norma culta, com tamanho e tipo da fonte selecionados carinhosamente, com emprego de caixas de texto e imagens em locais da página estrategicamente escolhidos!
Isso e muito mais leva tempo! Mas uma prática pedagógica bem pensada faz valer o tempo do professor e do aluno, que um dia, quando for um adulto como eu, no pleno exercício do raciocínio lógico vai dizer com certeza: valeu a pena o tempo em que passei na escola!
Muito obrigada, meus queridos professores, por terem feito o meu tempo na escola valer a pena!
Peço a Deus que os conceda a saúde física, mental e espiritual para que vocês continuem empregando bem o seu tempo, o qual vocês resolveram dividir um pouco comigo e com tantos outros alunos. Hoje, como professora, desprezo os colegas de profissão adeptos dos clichés “Hoje não preparei minha aula”, “Hoje vou dar uma enrolada”, “Hoje não tô a fim de dar aula não. Vou  passar um filme”, “Ah, desenho livre hoje”, “Vão escrever redação sobre tema livre, porque não estou com vontade de trabalhar não”. Que Deus nos livre da preguiça, afinal, somos professores por escolha própria e não podemos desperdiçar o nosso tempo, a nossa vida, e o tempo e a vida de nossos alunos.
Professor, ainda que ninguém reconheça o seu empenho e esforço, que você possa repousar sua cabeça no travesseiro ao final do dia e pensar: fiz o máximo do meu tempo e do tempo dos meus alunos.
Pessoalmente, acredito que nesse mundo só vivemos uma vez, então, que o façamos da melhor forma e ajudemos aqueles que estão ao nosso redor a também fazê-lo.



Luciana Estarepravo da Silva



Professora,

especialista em Docência da Língua Inglesa e

formada em Letras (português/inglês)


sábado, 8 de agosto de 2015

Comprando um apartamento – Aspectos do condomínio



Decidida a forma de pagamento (se você ainda não decidiu isso, leia meu outro texto que está disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com/2015/03/comprando-um-apartamento-como-pagar.html), por onde começar?
São José dos Campos/SP

A princípio, você vai pensar que não, mas, acredite, há muitos imóveis para se analisar. Por isso, é necessário limitar sua busca. Pense nos seguintes tópicos:

1)    Até quanto quero gastar? (Ordenar os imóveis por preço é uma opção frequente nos sites de imobiliárias)

2)    Em quais bairros quero morar? (Leve em conta a distância do imóvel em relação aos locais que você frequenta: trabalho, escola, curso, igreja, supermercado, farmácia, clube, pessoas que visita com frequência. De nada adianta você comprar um imóvel barato e gastar com locomoção posteriormente)

3)    Que tipo de características considero importante no condomínio? (Antes de morar num apartamento, você mora num condomínio e isso, acredite, vai pesar bastante ao longo do tempo em que você viver no imóvel. Por isso, reflita se você quer um imóvel num condomínio com

·         elevador

·          piscina

·         quadra de esportes

·         playground

·         brinquedoteca

·         salão de festas

·         uma ou duas vagas na garagem

·         porteiro,

·         medidor de água individual

Quanto mais facilidades tiver o condomínio, maior será sua taxa de condomínio. Por isso, reflita: você dará conta de pagar as mensalidades do financiamento e arcar com a taxa de condomínio?

Elevador é algo que te ajuda a ganhar tempo ao chegar e ao sair do apartamento, diminui o esforço para uma mulher grávida, mas também pode te deixar preso se acabar a luz; além disso, gera uma taxa de manutenção mensal que é refletida na taxa de condomínio. Por experiência própria, dá para subir até o 10º andar de um prédio em menos de três minutos, obviamente que você chega lá ofegante, mas chega! Carregar sacolas de supermercado é algo que se deve levar em conta. No caso de prédios com elevador, geralmente há um carrinho de compras que todos os moradores podem usar para subir as compras pelo elevador, já em prédios com escadas, não creio que isso seja possível.

Porteiro dá uma sensação de segurança, mas é preciso, ao menos, três porteiros num condomínio para revezarem o turno. Já imaginou quanto o condomínio gasta com salário, vale transporte, cesta básica, férias, 13º salário e FGTS? Agora, imagine esse valor multiplicado por três porteiros e dividido pelo número de apartamentos no condomínio. Quanto menor o número de apartamentos, maior a taxa a ser paga por cada morador, entretanto, quanto maior o número de apartamentos no condomínio, mas difícil é para o síndico administrar e mais problemas há. Outro ponto a ser questionado é se ter um porteiro é realmente sinal de segurança, ou o oposto. O porteiro é alguém que conhece a rotina de todos os moradores do prédio, por isso, é necessário muita cautela  ao se contratar um.

Piscina pode refrescar os calorentos no verão, mas em quantos meses do ano faz calor? O Brasil tem bastante praias e clubes. Se você paga para manter a piscina, obviamente vai querer usá-la e vai acabar deixando de curtir outros lugares com água, como praia e clubes, para fazer valer a pena o dinheiro que você investe, mesmo no inverno, com a piscina do prédio. Também é necessário avaliar a sua consciência ambiental em tempos de falta de água. Pelo que vejo por aí, as piscinas ficam cheias de água, mesmo no inverno e o condômino paga a manutenção todo o mês!

Se você pensa que um salão de festas é útil, principalmente quando quer comprar um apartamento pequeno, onde não se pode acomodar toda a família e amigos ao celebrar um aniversário, por exemplo, atente para qual andar você pretende morar. Quem mora mais perto do salão de festas tende a ouvir mais barulho.

Playground, brinquedoteca e quadra de esportes podem ser uma ótima distração para as crianças quando elas se cansam de ficar no apartamento, contudo, assim como o salão de festas, geram um custo enorme para os primeiros moradores do prédio, afinal, a maioria das construtoras somente entrega o prédio sem a mobília nesses espaços. Com isso, os primeiros moradores serão os que pagarão pelo mobiliário e decoração. É necessário levar esses espaços em consideração ao escolher o andar em que se quer morar, devido ao barulho das crianças. Se o condomínio conta com um número grande de crianças, é necessário também analisar se o tamanho desses espaços é suficiente para comportar todas as crianças, para não haver brigas entre as mesmas ou entre os pais.

Quanto ao medidor de consumo de água, os prédios mais recentes já vem com medidor individual para cada apartamento, assim, cada morador paga somente pela água que usar. Nos prédios onde o medidor é coletivo, você sai em vantagem ou desvantagem: pode usar bastante água e não pagar por ela, como pode economizar água e acabar pagando por quem gasta mais. É uma injustiça!

Por fim, pode ser que no momento da compra do apartamento você não tenha dois carros, talvez não tenha nem um! Mas já pensou no futuro? Se tiver dois carros, onde pretende estacioná-los? Às vezes, compensa comprar um imóvel mais caro ou com a taxa de condomínio mais cara (há prédios em que os moradores com mais de uma vaga de garagem pagam uma taxa de condomínio maior) para ter um local onde estacionar um carro no futuro. Lembre-se que você pode alugar a vaga excedente para outro morador e ganhar um dinheiro que pode ajudar a pagar a taxa de condomínio.

Espero que esse texto tenha lhe ajudado a começar a limitar a sua busca por apartamentos. Se você considera algum outro aspecto referente ao condomínio importante, conte para a gente nos comentários abaixo!



Luciana Estarepravo da Silva

Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)

domingo, 22 de março de 2015

Comprando um apartamento – Como pagar?


O ano acabou de começar (o Carnaval foi há pouco e muita gente diz que o ano apenas começa no Brasil após o Carnaval) e, com isso, muitas pessoas começam a planejar seus investimentos financeiros para os próximos doze meses.

Dois investimentos grandes que a maioria das pessoas vai fazer ao longo da vida são: comprar um carro e comprar um apartamento ou uma casa. Sem dúvida, são investimentos essenciais na vida das pessoas, além, é claro, de ser um sonho para a maioria delas. Contudo, ambos requerem muito planejamento, afinal, ninguém quer passar de cinco a trinta anos dizendo “Não posso me divertir porque tenho que pagar a parcela do carro/apartamento”.

Não é preciso ser especialista em finanças para saber que imóvel é investimento e carro é despesa! Um carro, por mais que você o compre 0 km, começa a se desvalorizar no momento em que ele sai da loja. Prova disso é o famoso “preço de tabela”. Compre um carro 0 km de modelo X em 2015 e verifique o preço do mesmo na tabela em 2017. É fácil perceber que você nunca vai conseguir vender esse carro pelo mesmo preço que você o comprou.

Um imóvel, por outro lado, tende, considerando o que se tem visto no cenário econômico brasileiro nos últimos anos, a se valorizar com o passar dos anos. Não sou da área de economia, mas creio que isso acontece porque as pessoas, ao adquirirem um imóvel novo, fazem melhorias no mesmo e, além disso, muitas áreas estão se tornando mais populosas rapidamente, o que gera um déficit habitacional. Com isso, muita gente aproveita para lucrar com a situação.

Com isso, percebe-se que comprar um imóvel é um bom negócio. Neste texto, não vamos analisar se é melhor comprar uma casa ou apartamento e também não vamos estudar a fundo a questão da forma de pagamento, mas vamos levantar alguns aspectos que devem ser levados em consideração ao se pesquisar por apartamentos.



Apartamentos em Rotterdam, Países Baixos, em 19/12/2014.
Qual a melhor forma de pagar pelo apartamento?



Isso vai depender de quanto dinheiro você dispõe. Quem tem dinheiro para pagar à vista, consegue descontos maiores, afinal, qual vendedor não vai se sentir tentado ao ouvir “Se você abater R$ 5000,00, te dou o valor toda a vista”.

Contudo, essa não é a realidade da maioria dos brasileiros. Se você pretende financiar seu apartamento, lembre-se que será uma dívida que vai te assombrar (sim, essa é a palavra, por mais que ter a casa própria seja um sonho) por muitos ANOS. Não são dias, nem semanas, muito menos meses. São ANOS. Em anos, as pessoas concluem o ensino médio, a faculdade, a pós-graduação, começam um namoro, terminam um namoro, trocam de parceiro, ficam noivas, casam, têm filhos, perdem familiares, conseguem empregos, mudam de cargo, ficam desempregadas etc. Muita coisa acontece num mês; imagine num ano! E quem dirá em anoS!

Tendo considerado isso e, ainda sim, decidindo financiar um apartamento, prepare-se para poupar o máximo possível antes de fazer o financiamento. Quanto maior o valor que você tiver poupado, maior pode ser a entrada que você dará no apartamento e, consequentemente, para a sua alegria, menor será o valor da mensalidade a pagar durante o financiamento.

Novamente digo, não sou especialista na área, mas creio que independentemente do valor do apartamento, R$ 50.000,00 é um bom valor de entrada; daí para mais.

Todavia, não basta ter um bom valor em caixa para a entrada; se seu financiamento inclui as malvadas “taxas intermediárias” é bom não dar tudo que você possui na entrada. Imagine que você dá R$ 50.000,00 de entrada e faz um financiamento com parcelas de R$ 700,00. A principio, parece que as despesas vão caber no seu bolso, mas se você tem que dar parcelas intermediárias de R$ 5.000,00 a cada dois anos, é bom pensar “Como vou juntar R$ 5.000,00 num período de 24 meses (dois anos), se pago R$ 700,00 por mês nas parcelas?”

Cuidado também com o financiamento de imóveis na planta. Não sei qual é a prática atual, mas pode ser que você, inicialmente, financie o imóvel diretamente com a construtora e vá pagando a ela as parcelas até o imóvel ficar pronto. Depois que ele fica pronto, o resto do financiamento você paga diretamente para o banco.

Repito, não sou especialista em economia, mas creio que as construtoras tem pressa em vender os apartamentos para poder construir o prédio logo, entregar e, como diz o povo “partir para outra”. Partindo disso, a lógica é que a construtora facilite as coisas para o comprador. Já o banco, tende a querer prender o cliente, te enrolar cada vez mais para você depender dele cada vez mais. Juros altos, que você não consegue pagar e, com isso, faz um empréstimo no próprio banco... e por aí vai. Além disso, há corretores que não explicam que o valor das parcelas será reajustado anualmente, mesmo enquanto você está pagando direto para a construtora, devido a índices variáveis.

Bem, este texto é apenas o primeiro sobre comprar apartamentos. Como o assunto é extenso, pretendo desenvolvê-lo em mais de um texto. Se você quer ler mais sobre o assunto, principalmente sobre os aspectos do condomínio, leia meu segundo texto sobre o assunto, disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2015/08/comprando-um-apartamento-aspectos-do.html#links.  
Por fim, você já passou por alguma situação referente à compra de um apartamento e tem alguma dica para os leitores deste blog? Já teve alguma problema e gostaria de alertar outras pessoas para não sofrerem da mesma forma que você? Conte para nós!



Luciana Estarepravo da Silva

Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)