Nos últimos anos,
cada vez mais rapidamente surgem avanços tecnológicos que impactam de forma
definitiva a vida humana.
Por exemplo, conheço
pessoas que nasceram na década de 1980, ou seja, há pouco tempo em termos
históricos (mas há muito tempo em termos de tecnologia da
informação/comunicação), que quando fizeram intercâmbio precisavam esperar suas
cartas chegarem aos familiares para poderem se comunicar. Já havia telefone,
mas o custo de uma ligação internacional era (e ainda é) alto.
Em 1995, a internet deixou de ser algo
restrito ao meio acadêmico no Brasil e algumas pessoas já podiam se comunicar a
longa distância por e-mail, mas precisavam de computador. Em 2004, o Facebook
revolucionou a forma como as pessoas se comunicam, mas seu sucesso se deve não
só a rede em si, mas ao surgimento do tablet em 2010 e do smartphone com sistema
operacional Android em 2008, o que fez com que as pessoas pudessem se comunicar
24h em qualquer lugar com sinal de internet carregando apenas um pequeno dispositivo
eletrônico. Finalmente, em 2009, surgiu o WhatsApp, que permite a quem está num
intercâmbio, por exemplo, fazer uma chamada de voz para alguém em outro país praticamente
de graça, se houver internet no local.
Sem dúvida, toda essa
tecnologia tem facilitado a vida imensamente, mas juntamente com a facilidade
da comunicação entre as pessoas vem a crescente cobrança sobre o ser humano
para que domine cada vez mais novas ferramentas.
Hoje em dia, se você
não tem, por exemplo, WhatsApp, você pode ser discriminado por quem está a sua
volta. Infelizmente, já convivi com pessoas que se achavam no direito de ser
grossas comigo pelo simples fato de eu não verificar meu WhatsApp na mesma
frequência que elas. O WhatsApp é apenas um exemplo de ferramenta que o ser
humano precisa não apenas saber usar, mas usar efetivamente, para ser “aceito”
no meio social, ou ainda, para não ficar de fora das práticas sociais.
Outro exemplo de
cobrança é o fato de que você também é visto como “o alienado” se não conhece determinado
canal no Youtube, ou se não está sabendo do último meme em circulação, ou se
ainda não aprendeu a usar os recursos de edição de fotos do Instagram ou de
qualquer outro aplicativo de fotos (tenho que aproveitar para deixar registrado
aqui que acho PATÉTICO o uso do recurso de colocar orelhas e focinho de cão nas
fotos).
Dessa forma, fica
claro que o ser humano hoje precisa dar conta de ter saúde física, emocional,
cumprir suas tarefas no trabalho de forma satisfatório, estudar, ter momentos
de lazer com a família, tudo como em 1980, mas, além de tudo isso (que já é
difícil de conciliar), ainda precisa dar conta de conhecer, saber usar e efetivamente
usar TODAS as ferramentas tecnológicas que surgem.
Na minha opinião, com
a velocidade do surgimento de novas ferramentas e aplicativos ou de
atualizações dos mesmos, está se tornando impossível dominar e usar todos eles.
A solução é que cada um aprenda a usar e use de fato aquilo que vai facilitar
sua vida no meio em que vive, seja familiar, seja acadêmico ou profissional.
Mas, como explicar isso para os alienados que vivem no mundo online e esperam
que todos ao seu redor façam o mesmo?
Luciana Estarepravo da Silva
Professora, formada em Letras (Português/Inglês) e
especialista em Docência da Língua Inglesa
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