Desde a época em que cursava o ensino fundamental eu já
gostava de escrever.
Eu lembro que quando eu estava na primeira série do ensino
fundamental, atual segundo ano, eu dobrei ao meio algumas folhas de sulfite que
tinha em casa e as grampeei, formando um livreto. Dei o título de A cidade das
joaninhas. Escrevi uma história e fiz as ilustrações. Poucos dias depois, a
professora da escola pediu para que escrevêssemos um livrinho, ao qual
intitulei Nas minhas férias eu fui acampar. Recordo-me que a personagem
principal se chamava Priscila. Felizmente, ainda tenho essas obras de arte
guardadas em minha casa.
Também gostava de anotar tudo que achava interessante nas
formações da igreja das quais participava com minha mãe. Eram formações sobre
diversos temas, ministradas por bispos, padres, leigos, profissionais de
determinadas áreas...
Mais tarde, já no primeiro ano do ensino médio, meu
professor de filosofia, vendo as respostas que eu dava por escrito às reflexões
propostas durante as aulas, sugeriu que eu escreve um texto para o Prêmio
Construindo a Igualdade de Gênero, do Cnpq.
Ao longo dos três anos da faculdade de Letras, eu continuei
anotando quase tudo que meus professores falavam durante as aulas expositivas,
razão pela qual quando algum colega faltava à aula meu caderno era logo
requisitado para cópia. O mesmo acontecia quando as provas estavam se
aproximando.
Com todo esse hábito de escrever, a ideia de criar um blog
já passeava em minha mente há algum tempo, mas meu maior motivador foi uma
pessoa muito especial, que há alguns anos, desde que entrou em minha vida, vem
lendo o que escrevo. Ele sempre me motivou a, em meio a minha rotina carregada
de atividades, fazer algo que eu gosto.
Um dia, conversando, disse a ele que gosto de escrever e que
às vezes escrevo textos mais longos e posto no Facebook, contudo, são poucas as
pessoas que curtem, provavelmente porque são poucos os que realmente param para
ler. Foi então que ele mencionou algo interessante. Disse que os textos que eu
escrevo não são para usuários do Facebook; são mais profundos e, por isso,
merecem um local mais apropriado para a publicação.
De fato, Jay Parini, em seu livro A Arte de ensinar disse,
na página 118:
“Já peguei a mesma ideia e tentei dar-lhe a forma de um poema, depois de um conto, depois de um ensaio. Pode-se, certamente, adaptar uma ideia de uma forma para outra; porém, realmente acredito na forma ideal para cada ideia, e me empenho para encontrá-la”.
Ao conceito de forma adequada para cada
ideia dá-se o nome de gênero textual. São exemplos de gênero textual a carta, o
bilhete, o formulário, a receita de remédio, a receita de bolo, o poema, a
dissertação, dentre muitos outros. Quem sabe o blog seja a forma ideal para os
textos que quero escrever!
Quanto ao nome do blog, A Estarepravo opina, creio que meu
sobrenome, de origem ucraniana, tem um som forte, além de ser exótico, já que
há apenas sete pessoas vivas com o sobrenome Estarepravo legitimamente
descendentes do primeiro Estarepravo (que é descendente da família Starepravo)
aqui no Brasil, e eu sou uma dessas sete pessoas. Já a escolha do verbo opinar dá-se ao fato de ela refletir o caráter dos textos que aqui serão publicados:
opinar. Não é um blog que tem por objetivo trazer a verdade sobre
acontecimentos cotidianos ao conhecimento público, porque isso seria um blog
jornalístico, o qual requer pesquisa acerca da veracidade da informação e muita
responsabilidade por parte do autor; também não é um blog científico, porque
isso também exigiria certo rigor ao citar fontes; não é muito menos um blog
religioso, porque isso restringiria muito o tema das publicações. É um blog de
opinião e opinião, assim como o conceito de belo, é algo pessoal: o que você
julga bonito pode não parecer bonito aos meus olhos; dessa forma, a minha
opinião sobre algo pode não ser a mesma de meu leitor, todavia, nem eu tenho o
objetivo de convencer meu leitor que minha opinião traduz a verdade sobre algo
(porque isso traria a esse blog as características mencionadas acima, as quais
não quero para esse blog), nem garanto que os comentários de meus leitores me
convencerão de algo, embora eles sejam bem-vindos.
Por fim, ao classificar os textos desse blog como opinativos,
me sinto em conformidade com os direitos assegurados aos brasileiros pela
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a saber:
Art. 5
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
Sendo assim, divirtam-se com a leitura!
Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em
Letras (Português/Inglês)
Belo texto! Me deu vontade de voltar a escrever!! Poste mais 'opiniões'.
ResponderExcluirObrigada pela apreciação, Genivaldo!
ExcluirVolte a escrever sim! Escrever é dar voz ao pensamento, é concretizar ideias!
É louvável que pessoas que saibam escrever e que tenham algo a dizer tenham a coragem necessária para tornar pública suas opiniões e reflexões! Que bom que você tem essa coragem! Tenho certeza que esse blog será recheado de bons textos! Parabéns! Andréia Garcia
ExcluirObrigada, Andreia!
ExcluirRealmente, é preciso ter coragem para expressar as próprias opiniões, pois sempre corremos o risco de ouvir aquilo que não queremos.
O risco não reside tanto em ouvir opiniões diferentes, mas sim em ouvir/ler comentários que incitam ao ódio ou a intolerância.
Espero que esse blog continue recebendo bons comentários!
Há uns dias, eu disse que esperaria ansiosamente o seu livro. Hoje, você nos conta essa novidade. E eu, como fã das tuas ideias, adoreeeei! Parabéns, Lu! Muito sucesso nessa nova etapa. :D
ResponderExcluirCássia Albuquerque
Obrigada, Cássia!
ExcluirÉ muito gostoso encontrar tempo para fazer algo que a gente gosta e que também pode agradar aos outros.
Quem sabe um dia não venha um livro!