segunda-feira, 5 de maio de 2014

O sequestro



Quando trabalhei na polícia, houve um caso que até hoje me intriga.

Um rico empresário procurou a polícia para que o ajudassem a recuperar o seu filho que havia sido sequestrado.

Fui indicado a cuidar do caso.

Interroguei o empresário logo que me apresentaram a ele, pois eu queria pistas para que pudesse saber quem e onde investigar.

Pelo seu depoimento, o menino se relacionava bem como todos a sua volta, portanto, ninguém era suspeito.

Pedi ao empresário que retornasse ao seu trabalho, assim, ninguém perceberia que algo diferente acontecia. Claro, eu, como investigador, sabia que não seria bom se a notícia se espalhasse e seria ainda pior se saísse nos jornais.

Eu tinha o resto daquele dia para pensar sobre quem eu investigaria, pois só começaríamos a investigação no dia seguinte ao sequestro.

Antes do almoço, fui à casa de uma amiga que era vidente e que no período da tarde trabalhava numa banca de jornais. Por ser vidente, ela era muito boa para dar conselhos.

Quando cheguei a sua casa, nem precisei contar nada, pois ela logo me disse:

- Este caso vai te perseguir pelo resto da sua vida.

No mesmo instante, meu celular tocou; era o empresário dizendo que havia recebido um bilhete. Pedi a ele que saísse do trabalho e fosse para sua casa, onde me encontraria com ele.

Chegando lá, li o bilhete e logo descobri o motivo do sequestro: era por dinheiro.

Os sequestradores pediam que no dia seguinte, o empresário deixasse quinhentos mil dólares, exatamente, atrás da banca de jornal onde minha amiga vidente trabalhava.

O empresário tinha o dinheiro, então, pedi a ele que no dia seguinte fizesse o que mandava o bilhete.

Pensei em avisar a vidente do que aconteceria atrás da sua banca de jornais, mas me lembrei que o bilhete dizia que o dinheiro era para ser entregue no período da  manhã e ninguém deveria vigiá-lo. Ela não trabalhava de manhã e se soubesse o que iria acontecer, com certeza quereria vigiar o dinheiro para ver quem era o sequestrador. Contudo, se o sequestrador visse alguém vigiando, mataria o menino, então não a avisei.

Combinei com o empresário de irmos buscar o menino meia hora após o horário de entrega do dinheiro.

No dia seguinte, bem cedo, o empresário deixou o dinheiro no lugar estipulado.

Uma hora antes do horário em que os sequestradores apareceriam, passei em frente a banca. Fiquei assustado ao ver a vidente trabalhando de manhã, mas fiz de conta que nada acontecia e fui para a casa do empresário.

Chegando a hora de sairmos, fomos até a banca.

Chegando lá, olhamos atrás dela e, que decepção!

Encontramos a vidente e o menino mortos e o dinheiro não estava mais lá.

Até hoje me pergunto: por que a vidente foi trabalhar na banca de manhã? Por que a mataram? Por que levaram o dinheiro e mataram o menino? Quem eram os sequestradores?

É um caso que realmente me perseguirá pera o resto da vida.


OBSERVAÇÃO: Escrevi essa história quando tinha entre doze e treze anos de idade para uma atividade da aula de português da sétima série, ou atual oitavo ano. Eu me lembro que a professora deu algumas palavras e tínhamos que escrever uma história, utilizando aquelas palavras. Após a correção dela, deveríamos copiar a história no caderno de redação e fazer um desenho.

Luciana Estarepravo da Silva

Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)

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