Quando trabalhei na
polícia, houve um caso que até hoje me intriga.
Um rico empresário
procurou a polícia para que o ajudassem a recuperar o seu filho que havia sido
sequestrado.
Fui indicado a cuidar
do caso.
Interroguei o empresário
logo que me apresentaram a ele, pois eu queria pistas para que pudesse saber
quem e onde investigar.
Pelo seu depoimento,
o menino se relacionava bem como todos a sua volta, portanto, ninguém era
suspeito.
Pedi ao empresário
que retornasse ao seu trabalho, assim, ninguém perceberia que algo diferente
acontecia. Claro, eu, como investigador, sabia que não seria bom se a notícia
se espalhasse e seria ainda pior se saísse nos jornais.
Eu tinha o resto
daquele dia para pensar sobre quem eu investigaria, pois só começaríamos a
investigação no dia seguinte ao sequestro.
Antes do almoço, fui
à casa de uma amiga que era vidente e que no período da tarde trabalhava numa
banca de jornais. Por ser vidente, ela era muito boa para dar conselhos.
Quando cheguei a sua
casa, nem precisei contar nada, pois ela logo me disse:
- Este caso vai te
perseguir pelo resto da sua vida.
No mesmo instante,
meu celular tocou; era o empresário dizendo que havia recebido um bilhete. Pedi
a ele que saísse do trabalho e fosse para sua casa, onde me encontraria com
ele.
Chegando lá, li o
bilhete e logo descobri o motivo do sequestro: era por dinheiro.
Os sequestradores
pediam que no dia seguinte, o empresário deixasse quinhentos mil dólares,
exatamente, atrás da banca de jornal onde minha amiga vidente trabalhava.
O empresário tinha o
dinheiro, então, pedi a ele que no dia seguinte fizesse o que mandava o
bilhete.
Pensei em avisar a
vidente do que aconteceria atrás da sua banca de jornais, mas me lembrei que o
bilhete dizia que o dinheiro era para ser entregue no período da manhã e ninguém deveria vigiá-lo. Ela não
trabalhava de manhã e se soubesse o que iria acontecer, com certeza quereria vigiar
o dinheiro para ver quem era o sequestrador. Contudo, se o sequestrador visse
alguém vigiando, mataria o menino, então não a avisei.
Combinei com o empresário de irmos
buscar o menino meia hora após o horário de entrega do dinheiro.
No dia seguinte, bem
cedo, o empresário deixou o dinheiro no lugar estipulado.
Uma hora antes do
horário em que os sequestradores apareceriam, passei em frente a banca. Fiquei assustado
ao ver a vidente trabalhando de manhã, mas fiz de conta que nada acontecia e
fui para a casa do empresário.
Chegando a hora de
sairmos, fomos até a banca.
Chegando lá, olhamos atrás dela e, que decepção!
Encontramos a vidente
e o menino mortos e o dinheiro não estava mais lá.
Até hoje me pergunto:
por que a vidente foi trabalhar na banca de manhã? Por que a mataram? Por que
levaram o dinheiro e mataram o menino? Quem eram os sequestradores?
É um caso que
realmente me perseguirá pera o resto da vida.
OBSERVAÇÃO: Escrevi
essa história quando tinha entre doze e treze anos de idade para uma atividade
da aula de português da sétima série, ou atual oitavo ano. Eu me lembro que a
professora deu algumas palavras e tínhamos que escrever uma história,
utilizando aquelas palavras. Após a correção dela, deveríamos copiar a história
no caderno de redação e fazer um desenho.
Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em
Letras (Português/Inglês)
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