sexta-feira, 11 de abril de 2014

Otimizando a abordagem de músicas didáticas nas aulas de língua estrangeira para crianças



Quem é professor de inglês, ou de qualquer outro idioma, em escolas que adotam materiais didáticos prontos já deve ter presenciado essa cena. Eis que entra na sala dos professores o pobre coitado do professor das crianças - aquele mártir para quem os professores dos níveis avançados, ou mesmo dos níveis básicos, mas para adultos e adolescentes, sempre olham cheios de compaixão – e diz “Hoje eu tenho que dar aquela musiquinha chata do livro”.

Bem, se eu estiver nessa sala, vou ficar quietinha, mas, sem dúvida, vou pensar “É a música que é chata ou é você que não sabe como trabalhar com ela?”.

Você pode dar uma Ferrari para alguém, mas se essa pessoa não tiver habilitação, o carro não servirá para nada; você pode dar um computador equipado com ótima memória, programas úteis para vários fins e conexão à internet, mas se essa pessoa não souber usar um computador (estou escrevendo esse texto em 2014 e, sim, ainda há pessoas que não sabem usar um computador), de nada ele lhe servirá.

O mesmo acontece com materiais didáticos. Você pode dar o melhor material disponível no mercado na mão do incompetente; ele não vai saber usá-lo.

É obvio que eu compreendo que nem todas as músicas que acompanham o material didático destinado às crianças são adequadas à realidade da turma. Há muitas diferenças culturais e mesmo cognitivas entre as pessoas em geral, não somente entre as crianças, e principalmente no Brasil, um país com proporções continentais.

Todavia, considerando que os matérias didáticos são desenvolvidos por pessoas, em geral, muito mais esclarecidas academicamente do que o professor que vai utilizá-lo e também considerando que a equipe do editorial é multidisciplinar, não seria ingenuidade afirmar que a música foi desenvolvida na melhor das intenções e quem não está entendo o objetivo da atividade é o professor. Quanto às diferenças culturais e cognitivas, estamos falando de um contexto escolar, certo? Bem, então o sujeito está lá para minimizar essas diferenças.

Sendo assim, aqui vão algumas dicas para os professores que querem aperfeiçoar o uso dessas músicas.

Primeiramente, é crucial entender a razão pela qual a música foi inclusa naquela lição, naquela parte da sequência didática e com aquele vocabulário.

Essa informação pode ser obtida de várias formas. Alguns materiais didáticos trazem informações acerca da visão de língua e ensino dos desenvolvedores do material na introdução do livro do professor. Espera-se que o professor leia a introdução do livro assim que o recebe, contudo, isso nem sempre acontece. Não deixe para entender o objetivo do curso que você vai ministrar ao final do período, quando já tiver abordado o material por completo. Reserve um tempinho para ler a introdução antes de preparar a primeira aula.

No caso de franquias de métodos famosos, é possível que a questão do uso das músicas seja abordada no treinamento. Mesmo assim, é bom o professor analisar as músicas por conta própria, afinal, nem sempre os treinamentos abordam essa questão a fundo.

O próprio professor pode entender o que se espera da música se observar o livro como um todo atentamente.

Se a música está no início da lição, é possível que ela seja uma introdução ao tópico a ser abordado.

Se ela está no final da lição, é possível que ela seja uma forma real de utilizar o conteúdo abordado ao longo daquela unidade, ou mesmo uma forma de celebrar o término der um período de estudos com as crianças, como se fosse um prêmio para elas.

Essas possibilidades se referem a músicas que apresentam vocabulário relacionado à lição. Quando isso não acontece, a história é outra.

Muitos professores podem achar o conteúdo da música totalmente desconexo da lição e também podem julgar o ritmo como lento e desestimulante. O que eles não sabem é que aquela música pode ser folclórica, o que seria uma tentativa dos desenvolvedores do material didático de apresentar um pouco da cultura dos povos falantes da língua alvo do curso.

Há também aquelas músicas que abordam parte do vocabulário da lição em curso e também já começam a introduzir o vocabulário da próxima lição. Essas músicas são uma ótima oportunidade para pré-ensinar o vocabulário ou mesmo as estruturas que serão abordadas mais profundamente adiante.

Compreendidas as razões para a disposição da música, é chegada a hora de encontrar uma forma de aplicar a atividade de forma didática. É aí que o bicho pega!

A prática mais comum é ver os professores dizendo para as crianças “Agora nós vamos aprender uma música”. Logo, o professor coloca o CD, deixa a música tocar e fica olhando para a cara das crianças, as quais, por sua vez, ficam olhando para a cara do professor. Ao final desse suplício, é claro que as crianças detestaram a música e o professor, mais uma vez, reforçou a ideia do início desse texto: “musiquinha chata”.

Oras, é preciso fazer algo com essa música, afinal, ela está inclusa numa sequência didática, ou seja, ela é uma atividade. A própria palavra atividade já denota movimento, assim, não se trata simplesmente de tocar a música e esperar que as crianças comecem a pular, balançar os braços e cantar como um fã no show de sua banda favorita, é preciso criar esse movimento.

Vamos então às sugestões de abordagem de músicas.

  • Coreografia – para um professor sem muita criatividade para abordar músicas, a coreografia é a abordagem mais simples, embora o nome lembre movimentos elaborados e sincronizados. Fazer uma coreografia não se trata de elaborar uma sequencia de movimentos digna de apresentação num programa televisivo de competições artísticas. Basta que o professor sistematize movimentos que representem o vocabulário ou atos da fala contidos na letra da música. Para tal, o professor apenas precisam se questionar “Como eu ensinaria essa palavra ou essa função linguística se eu apenas pudesse fazer gestos?”. Por exemplo, se a letra da música cita as palavras “avião”, “casa” e “o que é isto?”, pense como diria isso utilizando mímica.
  • Comandos – as crianças gostam muito de brincar de comandos, como sente-se, levante-se, pule, agache-se, levante os braços etc. O professor pode determinar que a cada vez que os alunos ouvirem determinada palavra, eles deverão fazer determinada coisa. Por exemplo, ao ouvir na música a palavra cachorro, eles terão que se abaixar. O comando não precisa ter relação com a palavra em questão. O objetivo é simplesmente desenvolver uma atividade com a música. No caso dessa atividade, é interessante que os comandos sejam introduzidos aos poucos. Se uma música cita cachorro, sofá e sala de estar, o professor pode, antes de tocar a música pela primeira vez, pedir para as crianças pularem quando ouvirem a palavra cachorro. Depois, antes de tocar a música pela segunda vez, ele pode avisar que agora a brincadeira ficará mais agitada; além de pular ao ouvir cachorro, os alunos terão que sentar-se ao ouvir a palavra sofá. Por fim, para a terceira vez, ele pode pedir para os alunos repetirem os dois comandos anteriores e, ao ouvirem sala de estar, eles devem levantar os braços.
  •  Meninos x meninas – nessa abordagem, a turma é separada em dois grupos: meninos e meninas. Também é possível fazer dois grupos mistos. Cada grupo é responsável por cantar uma estrofe ou trecho da música. O objetivo é determinar qual grupo canta mais alto e mais afinado.
  • Figuras – o professor precisa providenciar figuras que representem palavras citadas na música em número igual ao número de alunos na sala antes de aplicar atividade. Cada aluno recebe uma figura. Ao ouvir a palavra representada pela sua figura, o aluno precisa erguer a figura ao alto. Os alunos também podem estar agachados e, ao ouvir a palavra chave, eles se levantam e, logo em seguida, se agacham. Pode-se repetir a atividade várias vezes, dando aos alunos diferentes figuras. Caso a turma seja grande, mias de um aluno pode ficar com a mesma figura. É interessante que as
    Figuras - opção para turma com sete alunos
    figuras repetidas sejam palavras no plural. Por exemplo, se a música cita jardim, abelhas, árvores, folhas, flores, cozinha e bolo, numa turma de sete alunos, cada um receberia uma figura. Para as palavras no plural, como folhas, a figura teria mais de uma folha. No caso de uma turma de nove alunos, o professor pode preparar dois flashcards a mais, com para as imagens representando a abelha e a flor, mas nesse caso, apenas uma abelha e uma flor em cada flashcard. Um ponto a ser observado é o tipo de figura que será utilizado. No caso de crianças, é mais adequado usar
    Repetir as figuras para palavras no plural é uma opção para turmas maiores.
    imagens do tipo Clip Art ou desenho linear, como nas imagens a direita e esquerda desse texto; as fotos devem ficar para as aulas com adolescentes e adultos. Uma variação para essa atividade para turmas que estejam com o conteúdo adiantado é sortear as palavras entre os alunos e pedir para eles mesmos desenharem a figura que utilizarão. O professor também pode dar as figuras prontas para as crianças pintarem, mas é bom lembrar que atividades de colorir têm como objetivo desenvolver a coordenação motora e esse não é um enfoque das aulas de inglês, principalmente se a escola for de idiomas.
     
  • Toque as figuras – o professor pode, antes da aula, colar flashcards com figuras representando o vocabulário citado na música nas paredes da sala. Durante a música, as crianças devem tocar a figura toda vez que ouvirem a palavra-chave. Caso a escola não permita colar nada na parede, basta colocar as figuras no chão. 
          Enfim, essas são apenas algumas sugestões. Além de tudo que já foi citado, é importante que o professor leia a letra da música antes de tocá-la e peça para as crianças repetirem, para que elas aprendam a pronúncia e associem a escrita ao som.
Você tem alguma outra sugestão para se abordar músicas didáticas com crianças? Compartilhe conosco nos comentários.



Luciana Estarepravo da Silva

Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Por que escrever?



“Qualquer texto literário de valor transpira uma atitude rebelde, insubmissa, provocadora e inconformista”.
Mario Vargas Llosa

A partir da citação de Mario Vargas Llosa é possível tecer uma profunda reflexão quanto ao ato de escrever.
Escrever, segundo ele, é um ato de rebeldia. Rebelde é aquele que se levanta contra algo ou alguém, é aquele que não se deixa dominar.
Ora, escrever é não deixar seus próprios pensamentos, sua própria opinião, se calar frente à sociedade. Escrever é tornar públicas aquelas ideias que você tem, não porque você é criativo, mas porque há algo ao seu redor que lhe incomoda.
Escrever também é um ato de insubmissão porque quem escreve é corajoso o suficiente para não absorver totalmente os discursos que o cercam.
Em nosso discurso, seja ele concretizado por textos orais ou escritos, ficam claros traços de outros discursos. Isso é inevitável, afinal, já dizia Lavoisier “Na natureza, nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”. Dessa forma, aproveitamos os discursos de outrem ou porque concordamos ou discordamos deles ou ainda porque queremos acrescentar pontos antes não explorados.
No entanto, essa força que motiva alguém a concordar, discordar ou acrescentar algo às ideias de outrem é o que faz da escrita insubmissa: quem escreve não precisa se sujeitar ao discurso do outro tal qual como ele é.
A escrita é provocadora porque ela tem o poder de provocar muitas reações nos que têm contato com ela.
Hoje, com a facilidade de tornar a própria opinião pública por meio dos recursos tecnológicos disponíveis, é comum ver pessoas apoiando ou não essa ou aquela ideia, escrevendo sua opinião em um local onde pessoas que fazem parte de seus círculos possam conhecê-la. As pessoas se sentem provocadas pelo que leem a comentar sobre o assunto e a escrita, por sua vez, é atraente e motiva as pessoas a lhe usarem, como diria a personagem Coronel Jesuíno, em Gabriela, vivida por José Wilker, ator recém-falecido.
Por fim, a escrita é inconformista, pois sua subsistência num universo onde, retornando ao pensamento de Lavoisier, tudo já existe, apenas se transforma, prova que, pela sua própria natureza, a escrita é incompleta; ela está continua e eternamente em processo de construção. De tudo que já foi escrito na história da humanidade, nada foi dito de todas as formas possíveis.
Com base nessas características da escrita, dadas por Mario Varjas Llosa, percebe-se que a escrita é uma ótima ferramenta para que o indivíduo organize suas ideias. A fala oral se diferencia da fala escrita principalmente pela velocidade da comunicação. Num texto oral, dificilmente um indivíduo poderá retirar aquilo que disse, ao passo que na escrita, isso é perfeitamente possível. Assim, a escrita dá ao individuo mais chances de organizar seu pensamento antes de o fazer conhecido por outras pessoas.
Para concluir, já que a escrita é cíclica e, como todo ciclo, não tem fim, voltamos à citação de Llosa, porque por ser bem elaborada, a escrita é rebelde, insubmissa, provocadora e inconformista.

Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A palavra: expressão máxima da arte




Certa vez, li um ótimo texto intitulado “A Palavra”, de Latino Coelho, falando em tom de poema, mas em prosa, da supremacia da palavra perante as outras manifestações da arte.

A arte se concretiza de várias formas: literatura, música, pintura, escultura, dança, fotografia, teatro etc. Todavia, dentre todas as manifestações artísticas, a palavra, sem dúvida, é a mais bela e mais completa.
          Sem a palavra, é impossível escrever um livro. Um livro pode até conter somente ilustrações, mas para que alguém descreva o que há nas ilustrações, é necessário utilizar palavras para tal.
          Sem a palavra, é impossível compor uma canção. Uma canção pode até contar apenas com o instrumental, contudo, as notas que compõem a partitura possuem um nome, além de seu símbolo e, para que existam, é necessário existir a palavra.
          Sem a palavra, é impossível nomear o que se vê em uma pintura. A pintura pode até ser abstrata, mas ela é composta por cores e texturas, as quais têm um nome. O mesmo se pode dizer da escultura e o material do qual é feita.
          Sem a palavra, é impossível descrever os passos de uma dança. Alguém pode até dançar sem dizer "Dois passos para a direita, um para trás, dobra a perna...", todavia, mesmo não verbalizando a sequência dos passos oralmente, quem dança estrutura sua ação no pensamento por meio da palavra.
           Sem a palavra, uma fotografia não apenas fica sem um título, mas também não pode descrever a imagem que capturou.
           Sem a palavra, uma peça teatral não existe. Uma peça pode ser muda, mas o roteiro precisa de palavras para descrever o cenário, figurino e gestos do elenco.
            Enfim, sem a palavra, o mundo seria inviável.
            "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1, 14), afinal, desde sempre é a palavra que gera algo.
              Por fim, fica a pergunta: "Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?" Bem, eu diria que a palavra.


Luciana Estarepravo da Silva
Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)

quinta-feira, 27 de março de 2014

Retrato de um Brasil pré-Copa 2014



           Ninguém sabe qual será a impressão que os turistas estrangeiros que virão ao Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo de 2014 levarão para seus países de origem e tampouco se sabe qual será a impressão que os próprios brasileiros terão do país.

            No entanto, o pensamento que permeia a nação antes dos jogos é fato e dele já se pode falar.


            Já em 2003, era de conhecimento público que o Brasil havia se candidatado para sediar o campeonato. Naquela época, a nação encarava a tentativa brasileira como um fato ousado: “Nossa! Imagine só o Brasil sediando uma Copa!”, afinal, tal feito requer bastante infraestrutura.

            Outros já viam no Brasil uma tentativa de se igualar às grandes potências mundiais, que possuem estrutura de primeiro mundo e, por isso, são mais capazes de sediar grandes eventos.

            Outros ainda diziam “Se a África pode, nós também podemos”, pensamento esse reflexo daquele estereótipo de que toda a África passar fome e sede.

            Em 2007, quando foi anunciado que o Brasil sediaria a Copa, o povo brasileiro passou a “se sentir”, como se diz atualmente no português brasileiro popular. O povo passou, num primeiro momento, a se igualar as nações do primeiro mundo, passou a se sentir capaz de tratar os estrangeiros com aquele mesmo ar que é tratado quando está no exterior.

            Num segundo momento, os brasileiros começaram a enxergar os ganhos que sediar um mundial poderia trazer à economia do país, e consequentemente, à economia individual

            Todavia, todo esse vislumbre da possibilidade de crescimento não foi um impulso suficiente para que a iniciativa privada e o poder público começassem a se mexer em busca do sucesso.

            Somente em 2012, se passou a ouvir falar em iniciativas em função da Copa.

O atraso nas obras de infraestrutura começou a ganhar destaque.

             As prefeituras começaram a se preocupar em melhorar alguns aspectos nas cidades no intuito de chamar a atenção das seleções, já que elas tinham que escolher a cidade em que irão se hospedar.

            Escolas de idiomas ou setores públicos responsáveis pela promoção social e educação começaram a promover cursos rápidos de idiomas voltados para os profissionais da área do turismo, o que, até o momento, não parece ter feito muito sucesso.

            Em 2013, com a pressão da FIFA para que as obras sejam concluídas a tempo do mundial e quantidade de dinheiro sendo investida, a população praticamente parou e destruiu o país durante ondas de protestos que, no primeiro plano, contestavam o aumento nas passagens de ônibus. Muitos acreditavam que aquele momento pelo qual passava o país (prédios públicos tomados, importantes rodovias federais e estaduais bloqueadas, adesão de classes trabalhadoras de destaque) seria o começo de um novo Brasil.

            2014 começou e até agora a população não obteve ganhos diretos com o mundial.

Os locais cuja infraestrutura foi ou está sendo melhorada para a Copa não são aqueles que a população frequenta, ou seja, as escolas, hospitais, delegacias... esses serviços essenciais continuam do mesmo jeito.

            Os pacotes turísticos para destinos dentro do país estão bem acima do preço que se praticava antes. Logo, mesmo que algum brasileiro queira aproveitar a Copa para viajar dentro de seu país, esse ano não está parecendo um bom momento.

            O estado de São Paulo sofre com uma forte seca e já está criando atrito com outros estados para conseguir água de outros sistemas de abastecimento.

            As pessoas mais espertas já estão vislumbrando a falta d’água durante a Copa no estado, visto que a densidade demográfica aumentará e, consequentemente, o consumo também.

            As escolas estão preocupadas com o calendário, porque em geral não há aulas durante os jogos da seleção brasileira, o que atrasa os conteúdos.

Os alunos de universidades públicas estão começando a se arrepender de ter lutado tanto para passar no vestibular dessas universidades, pois já estão sofrendo com um calendário que tenta compensar a falta de aulas em 2013 devido à greve dos professores e agora se vê num futuro incerto em relação à Copa.

Empresários já veem a diminuição no faturamento nos dias de jogos, do Brasil principalmente, visto que o povo não vai sair de casa para comprar certos bens nesses dias. Além disso, nas cidades-sede onde já foi decretado feriado no dia de certos jogos, os empresários estão entre a cruz e a espada: ou pagam para o funcionário ficar em casa ou pagam o adicional de feriado para ele trabalhar no dia do jogo.

            Os funcionários de empresas que já decidiram que irão funcionar, aconteça o que acontecer, já estão com medo de sair na rua ou utilizar o transporte público para se locomover, tendo em vista a possibilidade de um retorno das manifestações de 2013. Até o local de trabalho causa receio, dada a vulnerabilidade tanto de órgãos públicos quanto empresas e comércios à depredação.

            Por fim, no geral, três opiniões distintas pairam sobre o país:

  • Uns não dão a mínima para a Copa, sem olhar o passado, o presente ou o futuro;

  •  Outros torcem para

a) a seleção brasileira perder;

b) os aeroportos, trens e ônibus entrarem em colapso;

c) o atendimento aos turistas ser péssimo;

d) o caos das manifestações de 2013 se instaurar novamente;

e) todas as alternativas anteriores e o que mais existir dar errado.

 Essas pessoas acreditam que isso tudo levará o governo a alguma medida que realmente beneficie a população.

  •  Uma última parcela da população torce para que tudo dê certo e a seleção brasileira ganhe, para que todo o dinheiro investido e o trabalho realizado não tenham sido em vão e para que a nação brasileira ao menos não seja vista com olhos piores que os que a viam antes da Copa.

          E você? Compartilha de alguma dessas correntes de opinião?

           Se você tem interesse em saber o que os brasileiros pensavam enquanto a Copa 2014 estava acontecendo, leia o texto Retrato de uma Copa no Brasil, escrito em 03/07/2014, disponível em http://aestarepravoopina.blogspot.com.br/2014/07/retrado-de-uma-copa-no-brasil.html#links.



Luciana Estarepravo da Silva

Especialista em Docência da Língua Inglesa e formada em Letras (Português/Inglês)